O racionamento de água em Campina Grande completa um ano neste domingo (6), mas a situação do açude Epitácio Pessoa, mais conhecido como Boqueirão, continua crítica. Segundo a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa), entre a segunda quinzena deste mês e a primeira quinzena de janeiro de 2016 o açude deve atingir o volume morto. Em dezembro de 2014, quando começou o racionamento, Boqueirão estava com 24% da capacidade, volume que atualmente é de 13,2%, segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa).
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Segundo a Cagepa, tubulações e bombas flutuantes foram instaladas para captar a água do volume morto, que é a água que fica no fundo das represas, abaixo do nível de captação das comportas. No entanto, não há como prever a qualidade da água que poderá ser captada do volume morto ou se ela pode estar contaminada com sujeira, sedimentos ou metais pesados.
A situação é ainda mais preocupante porque, segundo a meteorologista da Aesa, Marle Bandeira, o período em que costumeiramente mais chove na cidade ocorre somente a partir do segundo trimestre do ano. “As chuvas na região de Campina Grande estão concentradas nas estações do outono e inverno, principalmente entre abril e julho, meses com maior precipitação”, explicou.
Atualmente, o regime de racionamento em Campina Grande está na terceira fase, com fornecimento suspenso durante 84 horas por semana. De acordo com dados publicados no site da Aesa, o consumo mensal é de mais de 4.000 metros cúbicos de água.
Campina Grande e mais 18 cidades enfrentam o regime de racionamento. Ficam sem água moradores das cidades de Queimadas, Caturité, Barra de Santana, Lagoa Seca, Alagoa Nova, São Sebastião de Lagoa de Roça, Matinhas, Pocinhos, Boqueirão, Cabaceiras, Boa Vista, Soledade, Juazeirinho, Cubati, São Vicente do Seridó, Pedra Lavrada, Olivedos e Sossego.
Fases do racionamento
A primeira etapa do racionamento aconteceu entre 6 de dezembro de 2014 e junho de 2015, quando os consumidores ficavam sem o abastecimento por 36 horas, das 17h dos sábados às 5h das segundas-feiras. Segundo a Aesa, nesse primeiro momento Boqueirão estava com 24% de sua capacidade.
Na segunda etapa, entre os meses de junho e outubro de 2015, o racionamento foi ampliado, com fornecimento cortado das 15h dos sábados até as 5h das terças-feiras, deixando as torneiras dos consumidores vazias durante 60 horas. De acordo com a Aesa, Boqueirão estava nesse momento com um volume de 18,5% de sua capacidade.
O terceiro momento do racionamento, ainda em vigor, teve início em outubro deste ano e deixa os consumidores sem água das 17h dos sábados até as 5h das quartas-feiras, totalizando 84 horas sem abastecimento.
G1
Foto: Reprodução TV Paraíba