Trabalhadoras rurais de todo país realizaram na manhã desta quarta-feira (14) uma passeata entre o Pavilhão do Parque da Cidade e o Congresso Nacional em protesto por mais políticas públicas voltadas ao campo.
A manifestação, conhecida como Marcha das Margaridas, ocorre desde 2000 (entenda abaixo). Por causa do evento, o trânsito na área central de Brasília sofreu alterações.
O grupo deixou o Pavilhão do Parque da Cidade por volta das 7h30. De lá, seguiu pelo Eixo Monumental, onde chegou a ocupar todas as faixas da via S1. O tráfego de veículos foi afetado e os principais acessos ao Plano Piloto ficaram engarrafados.
Com o bloqueio do Eixo Monumental, houve congestionamento até a altura de Águas Claras. No balão do Aeroporto Internacional de Brasília, na Estrada Parque Indústrias Gráficas (EPIG) e no Sudoeste, motoristas enfrentaram lentidão.
Às 9h, já na altura da Torre de TV, as manifestantes organizaram a caminhada em três faixas da S1, o que permitiu a circulação de automóveis nas outras três pistas da via.
Por volta das 9h50, elas alcançaram o gramado em frente ao Senado Federal e à Câmara dos Deputados. Lá, discursaram e, às 12h10 encerraram o ato. As trabalhadoras rurais deixaram o protesto em ônibus, que ficaram estacionados no Teatro Nacional.
BRASÍLIA, 9h40: Marcha das Margaridas ocupa Esplanada dos Ministérios — Foto: TV Globo/Reprodução
Mulheres do campo
O ato contou com a participação de agricultoras familiares, ribeirinhas, quilombolas, pescadoras, extrativistas, camponesas, quebradeiras de coco, trabalhadoras urbanas e dos movimentos feministas e de mulheres indígenas.
A professora Maria Regina Romão Barbosa Ferraz, de 57 anos, mora em Colinas (Maranhão) e disse ser terceira marcha da qual participa.
“A mulher brasileira tem sofrido muito. As conquistas que as mulheres alcançaram foram por meio da luta. A marcha mostra a força da mulher.”
A professora Maria Regina Ferraz mora em Colinas no Maranhão e veio para Brasília para a Marcha das Margaridas — Foto: Afonso Ferreira/G1
O tema do protesto deste ano é “margaridas na luta por um Brasil com soberania popular, democracia, justiça, igualdade e livre de violência”. Na pauta também estão o combate à pobreza e o enfrentamento aos casos de feminicídios.
Força Nacional
A pedido do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), o ministro da Justiça, Sérgio Moro, determinou o uso da Força Nacional para proteção da área da Esplanada dos Ministérios nesta quarta.
A solicitação também foi feita para as manifestações pela educação e contra a reforma da Previdência que aconteceram, nessa terça-feira (13), na área central de Brasília.
Marcha das Margaridas em Brasília — Foto: TV Globo/Reprodução
Marcha das Margaridas
O nome da marcha presta homenagem à Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba.
Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983, a mando de latifundiários da região. Por mais de dez anos à frente do sindicato, Margarida lutou pelo fim da violência no campo, por direitos trabalhistas como respeito aos horários de trabalho, carteira assinada, 13º salário, férias remuneradas.
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BRASÍLIA, 8h55: Marcha das Margaridas ocupa Eixo Monumental — Foto: Afonso Ferreira/G1
FONTE: G1