Menos de 48 horas depois de um atentado ocorrido nesta quarta-feira (13/05), onde bandidos queimaram um ônibus nas imediações do Bairro do Pedregal, o segundo transporte coletivo foi incendiado na zona leste da cidade.
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Em nota de repúdio bastante criticada, o governo do estado tratou o primeiro caso como um fato isolado, minimizando os fatos ocorridos na cidade. Agora, da mesma forma que um raio não cai duas vezes no mesmo local, este segundo atentado não pode mais ser tratado como novo fato isolado.
Diga-se de passagem, os problemas da segurança em Campina Grande precisam ser encarados de frente e não camuflados, pois, a maioria dos campinenses entendem que a violência que aí está, é causada por uma série de fatores herdados ao logo da história da Rainha da Borborema, portanto, não faz sentido o governo encarar o problema como se ele não existisse.
Quando se trata de política, os que apenas criticam o governo também não tem o que apontar o dedo em riste, pois, os próprios sabem muito bem que os atuais problemas são frutos das cementes plantadas no passado, embora, a atual tática de minimizar o problema, só agrava a situação.
O que não se entende por exemplo, é o fato de em regiões como no Brejo paraibano ocorrerem frequentes operações com integração das polícias civil e militar, desarticulando quadrilhas, enquanto que, em Campina Grande, a segunda maior cidade do estado, há muito tempo não se vê uma ação que abale as estruturas do mundo do crime, ou em Campina Grande não há crime? Ao incendiar o segundo ônibus, o desafio foi feito e o governo precisa dar a resposta.
Se a Secretaria de Segurança e Defesa Social – SEDS, continuar com mesma estratégia, o arbusto que existe hoje, mesmo que tenha sido plantado pelas gestões passadas, em breve se transformará em arvore e será mais difícil de cortar pelo tronco, pois, ou se corta o arbusto ou o rega e o transforma em arvore frondosa.
O que os campinenses não entendem, é o estado de imobilidade da SEDS, e sem a ação desta os problemas que se acumularam ao longo das ultimas décadas, não se dissiparão como as nuvens.
Não dá para aceitar o discuso de que Campina Grande é uma das cidades mais calmas do estado, pois, com este argumento, se coloca o restante da Paraíba em situação calamitosa, haja vista, entre as 16 cidades mais perigosas do Brasil, em um elenco onde há 15 capitais, Campina Grande aparecer em 9º lugar, como a única não capital na lista.
As cidades mais perigosas do Brasil
(conforme a taxa de homicídios por 100 mil habitantes)
1º) Maceió
80 homicídios por 100 mil habitantes/ 5º lugar no ranking geral
2º) Fortaleza
73 homicídios por 100 mil habitantes/ 7º lugar no ranking geral
3º) João Pessoa
67 homicídios por 100 mil habitantes/ 9º lugar no ranking geral
4º) Natal
58 homicídios por 100 mil habitantes/ 12º lugar no ranking geral
5º) Salvador
58 homicídios por 100 mil habitantes/ 13º lugar no ranking geral
6º) Grande Vitória**
57 homicídios por 100 mil habitantes/ 14º lugar no ranking geral
7º) São Luís
57 homicídios por 100 mil habitantes/ 15º lugar no ranking geral
8º) Belém
48 homicídios por 100 mil habitantes/ 23º lugar no ranking geral
9º) Campina Grande
46 homicídios por 100 mil habitantes/ 25º lugar no ranking geral
10º) Goiânia
45 homicídios por 100 mil habitantes/ 28º lugar no ranking geral
11º) Cuiabá
44 homicídios por 100 mil habitantes/ 29º lugar no ranking geral
12º) Manaus
43 homicídios por 100 mil habitantes/ 31º lugar no ranking geral
13º) Recife
37 homicídios por 100 mil habitantes/ 39º lugar no ranking geral
14º) Macapá
37 homicídios por 100 mil habitantes/ 40º lugar no ranking geral
15º) Belo Horizonte
35 homicídios por 100 mil habitantes/ 44º lugar no ranking geral
16º) Aracaju
33 homicídios por 100 mil habitantes/ 46º lugar no ranking geral
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É importante lembrar que, os dados do ‘Mapa da Violência’ sobre a Paraíba, não são muito animadores, pois, entre as 100 cidades mais violentas do Brasil, o estado participa com nove, inclusive Campina Grande.
Apesar de muito se falar em redução do numero de homicídios no estado, este ano ano já foram contabilizados 475 assassinatos, sendo 64 só este mês. A cidade de Campina Grande, já contabilizou 67 homicídios de 1º de janeiro de 2015 até agora.
Da redação Paraíba Geral
Foto: Reprodução