A execução de um policial militar durante um assalto a um posto de combustíveis em Patos, no sertão da Paraíba, assassinado com um tiro de espingarda calibre 12 no rosto, fato ocorrido neste sábado (06/06), chocou os paraibanos e sobretudo a população Patoense.
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Poderia ter sido mais um número, mais um Policial que tombava diante da violência que assola o estado da Paraíba, pois, este ano, o Cabo PM Ubirajara Moreira Dias (Bira) não foi o único Policial assassinado no estado, além dele, podemos lembrar de outros bravos guerreiros que tombaram diante da marginalidade.
A Polícia Militar, em tempo recorde localizou o grupo criminoso em outra cidade sertaneja e passou a travar um combate de vida ou morte, onde outros policiais poderiam ter morrido, más, felizmente, desta vez, a polícia cumpriu o seu papel. Prendeu quatro acusados e dois morreram na troca de tiros com a Polícia.
Aplaudidos pela população patoense e paraibana, a Polícia Militar havia cumprido o seu papel e estava de ‘honra lavada’, mesmo não podendo trazer a vida de volta do Cabo Bira, o Policial, pai, trabalhador, cidadão e vítima da violência, que fazia o famoso ‘bico’, trabalhando como mototaxista para conseguir pagar as suas contas.
Presos os suspeitos, sepultado o Bravo Policial, com honras militares, agora o tema em debate não é mais a violência que assola aos paraibanos e faz até a própria polícia de vítima, o tema não é e poderia ser, a bravura e a eficiência da Polícia.
O tema agora, com direito a rede nacional e defesa de deputado é a ‘exposição que fere os direitos humanos’ dos acusados.
Já não bastam 665 homicídios ocorridos este ano no estado da Paraíba? Já não bastam as mortes de professores, diretores escolares, alunos, agricultores, mulheres, crianças, idosos, todos vítimas desta violência desenfreada? Não basta ao cidadão de bem ter que viver com medo, trancado dentro de suas próprias casas?
A sociedade paraibana agora tem de recolher os aplausos, assistir a morte de um representante do estado e ainda ter que engolir um discursos invertido, onde a vítima que foi executada cruelmente não é se quer lembrada e os algozes agora ganham defensores que gritam estarrecidos, com o ‘absurdo’ ato escandalizador da exposição em via pública?
Vamos relembrar alguns casos:
17/02/2015
O sargento, Pedro Marques da Silva, 52 anos, de nome de guerra “Da Silva”,que destacava na cidade de Diamante foi assassinado na sua residência, localizada na zona rural de Ibiara, Sertão da Paraíba.
20/02/2015
O sargento do Corpo de Bombeiros Militar, Antônio da Silva, 48 anos, foi assassinado a tiros no bairro do Centenário, no início da noite desta sexta-feira, em Campina Grande.
22/03/2015
Um Agente Penitenciário identificado como, Ivonilton Wanderley Coriolano Júnior, 38 anos, que era filho de um conhecido Delegado de Policia Civil, foi encontrado morto com os pés e mãos amarrados dentro do Rio Jaguaribe na Capital.
03/04/2014
Um agente penitenciário aposentado foi morto a tiros em sua residência, na noite desta sexta-feira, no Bairro 13 de Maio, na Capital João Pessoa. A vítima foi identificada como, José Marcelino Mota do Nascimento.
04/05/2015
Um agente aposentado da Polícia Rodoviária Federal (PRF), de 61 anos, foi assassinado na porta de casa na manhã desta segunda-feira. João Francisco da Silva foi morto no bairro Jardim Veneza, em João Pessoa.
Nas imagens do assalto, pode-se observar que o Cabo Bira chegou a sacar a arma, entretanto, não a utilizou, talvez se o tivesse feito, hoje estaria vivo, mesmo que possivelmente sendo processado por ter sido implacável com ‘as vítimas da sociedade’.
Lamentavelmente, Bira não foi implacável, não matou, mesmo sendo para não morrer, entretanto, sua morte parece já não fazer sentido e o que entra agora na discussão é se os seus executores foram ‘expostos’ indevidamente.
Talvez, se o Cabo Bira tivesse reagido, possivelmente mesmo assim poderia ter morrido, só que esta versão não será possível saber. Foi isso o que ocorreu em 25/08/2013, quando o sargento reformado da Polícia Militar de João Pessoa, Noaldemir Alves Borges, 53 anos, foi morto por bandidos em Campina Grande. O PM foi assassinado após reagir a um assalto a panificadora Rainha Cruzeiro, na avenida Almirante Barroso, no bairro do Cruzeiro, entretanto.
Diante do comportamento estarrecedor, onde o que se questiona agora é o suposto ato de ferir os direitos humanos dos acusado, mesmo que a PM tenha agido com a finalidade de mostrar a transparência nas prisões, talvez pelo medo de eventuais processos relacionados às mortes dos que trocaram tiros no embate com a Polícia. Os heróis que prenderam os acusados do crime cruel em tempo recorde, agora passam a ser investigados, invertem-se os papeis e muito breve, não será surpresa se a vítima de um assaltante for processada por reagir a um assalto.
Como cidadão, como pai, como profissional da imprensa que atuo assistindo diuturnamente os atos de violência, onde as famílias são atingidas pela crueldade da bandidagem, pergunto;
Afinal, quem é a vítima e quem é o algoz?
Da Redação Paraíba Geral
Foto: Reprodução da Internet