Dor e revolta marcaram o velório e sepultamento da vendedora Vivianny Crisley Viana Salvino, de 29 anos, que desapareceu e foi morta após sair de uma casa de shows, no bairro dos Bancários, na Capital. Após a divulgação de que não haveria data prevista para liberação, o Instituto de Polícia Científica entregou o corpo à família, no início da tarde desta terça-feira. Por conta do estado de decomposição em que estava, deste que foi encontrado, o corpo de Vivianny foi velado por menos de três horas e sepultado às 16h30, em um cemitério particular, no bairro do José Américo.
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Durante o velório, familiares e amigos emocionados cantavam louvores, enquanto aguardavam o momento do cortejo. Mesmo tentando se mostrar forte e recepcionar os amigos, a mãe de Vivianny, dona Vera Salviano, teve momentos de não resistir a dor e precisar sem amparada, ao se debruçar sobre o caixão. Os familiares não permitiram que a imprensar entrasse na sala de velório e que fosse respeitada determinada distância do local.
Apenas a prima de Vivianny, Wellintania Freitas, que fala em nome da família desde o início do caso, conversou com os jornalistas. “Esse é o momento ápice da dor, em que estamos fechando a primeira batalha dessa luta. O sentimento é de dor e revolta, por recebermos o corpo e sabermos a situação em que ele se encontra. Esperamos por justiça. Queremos ver esses monstros presos, porque mataram uma garota cheia de sonhos, apenas porque pediu para ir pra casa, onde estava sua filhinha à espera”, disse.
Wellintania ainda falou de informações sobre os bandidos, que chegou para a família e que aumentou o sentimento de revolta. “Soubemos que, após o crime, os bandidos passaram o dia bebendo, na companhia de duas amigas. Esse que está preso já era condenado por assalto e estava aguardando em casa, pela sentença. Outro é processado por estupro de vulnerável. A Justiça precisa ser pesada contra esses monstros, para que outras famílias não passem pelo que estamos passando”, acrescentou.
Investigação
Os familiares de Vivianny disseram não saber de informações recentes sobre a investigação da polícia. “Desde o dia da coletiva de imprensa, em que os delegados apresentaram um dos suspeitos, que não conseguimos falar com ninguém da polícia, nem recebemos qualquer informação. Esse silêncio incomoda, mas entendemos que às vezes é necessário. Só esperamos que isso não signifique que a investigação vai estagnar, porque achar o corpo não resolve tudo”, disse Wellintania.
A última vez que os investigadores se pronunciaram foi no último dia 11, quando apresentaram Allex Aurélio Tomas dos Santos, 22 anos, único suspeito preso até o momento. Ainda estão sendo procurados Jobson Barbosa da Silva Júnior (Juninho), Fagner das Chagas Silva (Bebé).
“Mesmo com nossa suspeita de que o desfecho não seria bom, nem nos piores pesadelos imaginávamos que tivesse acontecido tudo isso com ela. Uma menina de bem, de boa conduta, teve uma morte tão violenta, que poucos bandidos têm”, Wellintania Freitas, prima de Vivianny Crisley
Entenda o caso
Vivianny Crisley desapareceu no último dia 20, após sair de uma casa de shows, no bairro dos Bancários, zona Sul da Capital. As informações da época foram de que ela teria ido comemorar o aniversário de uma amiga, mas essa amiga deixou a bala antes do fim. Vivianny continuou na festa e foi vista nas imagens das câmeras de segurança, saindo na companhia de três homens, de braço dado com um deles.
A suspeita do desaparecimento se deu logo no dia seguinte porque, segundo a família, Vivianny não tinha costume de dormir fora de casa sem avisar previamente à mãe. Além disso, a vendedora tinha uma filha de 8 meses e, sempre que demorava a chegar em casa, costumava ligar para saber se estava tudo bem com a bebê. Dezoito dias depois, o corpo dela foi encontrado em uma mata, na cidade de Santa Rita, já em decomposição, precisando ser reconhecido através de exame de DNA.
Linha do tempo
20/10 (quinta-feira): Vivianny sai para comemorar o aniversário de uma amiga em uma casa de show na Zona Sul.
21/10 (sexta-feira): Às 3h18 a vítima é vista com vida pela última vez, saindo do estabelecimento acompanhada dos três suspeitos. Na noite do mesmo dia, o Boletim de Ocorrência foi registrado.
24/10 (segunda-feira): A polícia prendeu o homem que estava em posse do celular de Vivianny, em Bayeux.
04/11 (sexta-feira): Allex Tomas foi preso na região de Campina Grande.
07/11 (segunda-feira): o possível corpo de Vivianny foi encontrado na Mata do Xexém, em Bayeux.
11/11 (sexta-feira): Polícia apresenta Allex, e ainda fala sobre Jobson e Fagner
14/11 (segunda-feira): IPC conclui exame de DNA e confirma que corpo é de Vivianny
15/11 (terça-feira): corpo é velado e sepultado pela família
Correio da Paraíba