Maria do Céu Ferreira da Silva, mais conhecida como “Céu das Louceiras” – Vítima
Foi realizado na manhã de ontem, dia 02 de junho de 2015, no Fórum Francisco Seraphico Nóbrega em Santa Luzia-PB, a primeira audiência do assassinato de Maria do Céu Ferreira da Silva, mais conhecida como “Céu das Louceiras”, que, além de louceira, era Presidente da Associação das Louceiras Negras da Serra do Talhado e Liderança da Comunidade Quilombola da Serra do Talhado Urbano na cidade de Santa Luzia-PB, que faleceu na madrugada do dia 06 de outubro de 2013, no Hospital de Trauma de Campina Grande-PB, depois de ter tido 70% de seu corpo queimado, com gasolina, no dia 27 de setembro de 2013, tendo como acusado, seu companheiro, Edmilson Souza da Costa.
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Edmilson Souza da Costa – Acusado
O agressor, Edmilson Souza da Costa, na época, inconformado com a separação, jogou gasolina e ateou fogo no corpo de Maria do Céu e no seu próprio corpo, como também, na casa que ficou totalmente destruída.
Ele conseguiu sobreviver, já Maria do Céu, apesar de ter sido socorrida com vida, com 70% de seu corpo queimado, e de ter passado aproximadamente 8 dias sob coma induzido na UTI do Hospital de Trauma de Campina Grande-PB, acabou não resistindo e faleceu nas primeiras horas da madrugada do dia 06 de outubro de 2013.
Estiveram participando da audiência, familiares de Maria do Céu, representantes da Secretaria de Estado da Mulher e da Diversidade Humana da Paraíba (SEMDH), e também, representantes do Centro Estadual de Referência da Mulher “Fátima Lopes”, a Coordenadora Isânia Monteiro e a Advogada, Domícia Pessoa.
Também, participaram dessa audiência, a Coordenadora do Centro de Referência da Mulher de Santa Luzia-PB, Maria José de Medeiros Guedes (Mazé Guedes) e a Gerente Operacional de Apoio as Políticas de Comunidades Quilombolas do Estado da Paraíba, Maria Janaína (sobrinha de Maria do Céu).
Motivo dessa primeira audiência
Essa primeira audiência, de “Decisão de Pronúncia”, serve para que o juiz possa colher dados e informações das testemunhas para poder decidir se o julgamento ocorrerá pelo Tribunal do Júri ou não.
Maria do Céu deixou 4 filhos – Nenhum deles era filho do acusado
Maria do Céu deixou 4 filhos, sendo um maior de idade e três menores, porém, nenhum deles, eram filhos do acusado, Edmilson Souza da Costa.
Relacionamento cheio de conflitos – A família de Maria do Céu não via com “bons olhos” esse relacionamento
De acordo com os familiares de Maria do Céu, o relacionamento dos dois era recente, cerca de dois anos, e era um relacionamento bastante conturbado, cheio de conflitos.
Sua sobrinha, Maria Janaína, nos disse que a família só ficou sabendo que Maria do Céu havia se casado com Edmilson Souza da Costa, até porque ele até a proibia de visitar a família, quando precisaram tirar seu Registro (nesse caso a certidão de casamento), para liberação do corpo, sepultamento e retirada da certidão de óbito.
Maria Janaína também nos disse que Maria do Céu havia se tornado, pouco antes de sua mortem evangélica, e vinha frequentando a igreja para poder tomar coragem para terminar o relacionamento com o acusado.
Apesar de fazer parte do Conselho de Referência da Mulher, Maria do Céu, por conta do “silêncio”, acabou sendo vítima de uma violência doméstica.
Gritos de Assassino
Tanto na entrada quanto na saída do acusado no fórum, várias pessoas, principalmente, familiares da vítima, Maria do Céu, gritaram a palavra “assassino” por diversas vezes.
Algumas pessoas, familiares de Maria do Céu, chegaram a passar mau com a chegada do acusado ao fórum, e o juiz de imediato mandou que o Samu fosse acionado para atendimento a essas pessoas, além de ficarem, o Samu, de prontidão para qualquer necessidade.
Também foi solicitado pelo juiz reforço policial para garantir a segurança de todos durante a audiência.
Matéria, Fotos e vídeos:
Henrique Melo – Rede Sertão PB