O número de ocorrências policiais no Estado, envolvendo roubo a bancos chegou a 100 na madrugada desta quinta-feira (15). O alvo foram dois terminais eletrônicos da Caixa Econômica Federal, instalados na sede da prefeitura municipal de Caaporã, na Zona da Mata paraibana. O prédio havia sido reformado há pouco tempo, após ter sido danificado com a explosão à agência do Banco do Brasil há quatro meses. Os moradores que utilizavam os equipamentos precisam se deslocar para outras cidades para fazerem transações bancárias.
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O cenário de destruição se repete na cidade de 21.717 habitantes. Na sala que abrigava os caixas, o teto veio abaixo, junto com parte das paredes. O que sobrou dos equipamentos estava soterrado nos escombros. O entulho se misturava aos estilhaços de vidro, papéis, máquinas, antenas de telecomunicação, fios. A multidão permaneceu na rua durante toda a manhã, acompanhando o trabalho da perícia, feito pela Polícia Federal. O prefeito, que estava no local não quis falar com a imprensa e não informou por quanto tempo o local ficará interditado, nem como ficará o funcionamento dos órgãos que atuavam na sede.
O estrago se estendeu às casas vizinhas à sede da prefeitura. Wagner Barbosa, acordou às 3h30 da manhã com o forte barulho causado pelo arsenal de fogo da quadrilha. “Era bala, pipoco. A gente vive com medo, por morar tão próximo de caixa bancário. É a segunda vez esse ano. Mas, não temos para onde ir. Meu avô é idoso e mora comigo. A família toda fica preocupada quando ouve a explosão, porque sabe que estamos bem perto. Da última vez havia danificado o telhado. Dessa vez, uma parte da parede na lateral. Uma cidade pequena, com pouca polícia. faz pouco tempo que restauramos o teto e vem outro prejuízo”, contou o comerciante.
Em uma loja, os escombros caíram sobre o teto, a janela de vidro quebrou e as paredes racharam. “Foi pior que da outra vez, estamos aguardando que alguma autoridade venha para dizer se podemos começar a trabalhar. De tempos em tempos eles vêm. Escutei de casa os tiros, mas, nem, imaginei que era assalto, de novo. Não consegui mais dormir. Tava demorando para acontecer, porque os caixas não tem vigilantes. Quem precisa de banco agora tem que ir à Goiana ou Alhandra”, enfatizou a vendedora Vanderlaine Alves.
8 ocorrências foram registradas contra à CEF este ano, segundo o Sindicato dos Bancários da Paraíba.
Tiroteio na PM
A dona de casa Tamires Ferreira contabiliza as marcas de tiros na casa que fica próximo ao posto da Polícia Militar, na localidade São José. Morar tão perto da PM deveria ser algo bom, mas, não garante a proteção. “Alguns bandidos foram para a prefeitura e outros vieram para cá, para evitar que a PM reagisse. Gritaram que era assalto, fecharam a rua e atiraram no ponto de apoio, nos carros e sete tiros atingiram a sala e o meu quarto, onde eu dormia com meu marido e filha de dois anos. Não queremos a polícia aqui, em vez de nos proteger, nos põe em risco. Eles mudaram o dormitório para cá porque onde eles ficavam foi danificado na outra explosão. Um dos tiros atravessou a parede do meu quarto para a casa da vizinha. É um perigo, se alguém passar na rua nessas horas. Tem muita gente que trabalha na usina e volta de madrugada”, apontou.
Ocorrências em 2016:
60 explosões
31 arrombamentos
3 assaltos
3 saidinhas
3 tentativas
Ocorrências em Caaporã este ano:
01/05: Tentativa de roubo contra o Banco do Brasil.
03/08: Explosão Banco do Brasil.
15/12: Explosão terminais CEF na Prefeitura.
Correio da Paraíba