Além de conseguir reunir mais deputados em plenário, o Palácio do Planalto e os líderes governistas no Congresso conseguiram na aprovação do requerimento que acelerou a reforma trabalhista virar da noite para o dia o voto de vários deputados da base que haviam se rebelado na véspera.

A comparação dos mapas de votação de terça (18) e desta quarta-feira (19) mostram que, em menos de 24 horas, foi criada uma bancada de 24 deputados “vira-casaca”: eles votaram contra a tramitação mais rápida da reforma na terça, mas mudaram de ideia e, nesta quarta, apoiaram a tese do governo.

A derrota do dia anterior foi simbólica para o governo porque ele pretende usar a aprovação da reforma trabalhista como um sinal ao mercado e ao país de que tem musculatura legislativa para aprovar a reforma da Previdência, que exige apoio maior dos congressistas (pelo menos 60%).

Com isso, o governo pressionou partidos que têm ministério e conseguiu reverter as defecções: o partido com mais vira-casacas foi o próprio PMDB de Temer. Quatro mudaram de ideia a favor do governo em menos de 24 horas.

Depois vêm PSB (3), PP (3), PTN (3) e PR (3), incluindo Tiririca (SP), deputado mais votado no Brasil em 2010 e o segundo mais votado em 2014.

“É foda, foi pressão do partido, pressão muito grande, mas meu voto na reforma tá declarado, eu sou contra qualquer reforma. O que aconteceu é que o partido ligou, nem foi pra mim, foi para o meu chefe de gabinete, e a pressão foi muito grande. Uma porrada de gente mudou o voto. Aí pra não bater de frente com o meu partido, aceitei votar nessa urgência, mas falei pra deixar claro que quando vier a reforma eu bato de frente, meu voto é contra”, disse Tiririca.

O deputado paraibano que mudou o voto após a pressão do governo, foi Pedro Cunha Lima (PSDB), que na terça-feira (18) votou “NÃO”, sendo contra o governo Temer, entretanto, na quarta-feira (19), votou “SIM, favorável ao que o governo determinou. Já o deputado Benjamin Maranhão (SD), que na terça-feira (18) havia votado “SIM”, favorável ao governo, mudou de voto e na quarta-feira (19), votando favorável aos trabalhadores que são contra a reforma, dando um “Não ao governo Temer. André Amaral (PMDB) que não teve voto registrado na terça-feira (18) votou “SIM” favorável ao governo nesta quarta-feira; Já Damião Feliciano (PDT), que não teve voto registrado na terça-feira (18) votou “NÃO” ao governo nesta quarta-feira, ficando favorável aos trabalhadores que são contra a reforma.

Veja como votaram os deputados paraibanos:

Aguinaldo Ribeiro (PP) ……………… Terça-feira (Sim); Quarta-feira (Sim)
Benjamin Maranhão (SD) ……………Terça-feira (Sim); Quarta-feira (Não)
Efraim Filho (DEM)…………………….Terça-feira (Sim); Quarta-feira (Sim)
Hugo Motta (PMDB)……………………Terça-feira (Sim); Quarta-feira (Sim)
Luiz Couto (PT) ………………………….Terça-feira (Não); Quarta-feira (Não)
Pedro Cunha Lima (PSDB)…………..Terça-feira (Não); Quarta-feira (Sim)
Rômulo Gouveia (PSD)………………..Terça-feira (Sim); Quarta-feira (Sim)
Veneziano Vital do Rêgo (PMDB)…Terça-feira (Não); Quarta-feira (Não)
Wellington Roberto (PR) …………….Terça-feira (Não); Quarta-feira (Não)
Wilson Filho (PTB)……………………..Terça-feira (Sim); Quarta-feira (Sim)
Damião Feliciano (PDT)………………Terça-feira (NV); Quarta-feira (Não)
André Amaral (PMDB)………………..Terça-feira (NV); Quarta-feira (Não)

*NV – Não Votou.

Veja a lista dos 24 deputados que viraram a casaca de um dia para outro:

Virando a casaca – 24 deputados mudaram o voto na urgência da reforma trabalhista

Com Folha e Congresso em Foco